As meninas lobos
 

Amala e Kamala: A história das "meninas-lobo"

Amala e Kamala, também conhecidas como as "meninas lobo", foram duas crianças selvagens encontradas na Índia no ano de 1920. A primeira delas tinha um ano e meio e faleceu um ano após o resgate. Kamala, no entanto, já tinha oito anos de idade, e viveu até 1929.

Em 1920, o reverendo Singh encontrou, em uma caverna, duas crianças que viviam entre lobos. Suas idades presumíveis eram de 2 e 8 anos. Deram-lhes os nomes de Amala e Kamala, respectivamente. Após encontrá-las, Singh levou-as para o orfanato que mantinha na cidade de Midnapore. Foi lá que ele iniciou o penoso processo de socialização das duas meninas-lobo. Elas não falavam, não sorriam, andavam de quatro, uivavam para a lua e sua visão era melhor à noite do que de dia. Amala, a mais jovem, morreu um ano após ser encontrada. Kamala viveu durante oito anos na instituição que a acolheu, humanizando-se lentamente. Ela necessitou de seis anos para aprender a andar e pouco antes de morrer só tinha um vocabulário de 50 palavras.


Até hoje não se sabe ao certo como as duas meninas foram parar no meio dos lobos, embora não fosse raro na Índia daquela época, crianças selvagens serem encontradas vivendo longe do convívio de outros seres humanos.

Atitudes afetivas foram aparecendo aos poucos. Ela chorou pela primeira vez por ocasião da morte de Amala e se apegou lentamente as pessoas que cuidaram dela e ás outras crianças com as quais viveu.

Obviamente, não falavam, e seus rostos eram pouco expressivos. Não sabiam andar de pé, mas se moviam rapidamente de quatro. Apreciavam carne crua, tinham hábitos noturnos e repeliam o contato humano, preferindo os cachorros. Ao serem encontradas, gozavam de perfeita saúde, mas a separação da família lupina provocou-lhes profunda depressão. Amala inclusive teria sido vítima da depressão e por isso faleceu tão precocemente.

Liberdade acaba sendo uma coisa muito relativa. Há quem diga que quanto menos se sabe, quanto mais ingênuos, mais livres nós somos. Ao mesmo tempo que o conhecimento é uma arma maravilhosa, é preciso ser ainda mais inteligente para ver o mundo de uma maneira pura, sem conceitos pré-moldados por outras pessoas. Não é à toa que dizem que quanto mais sabemos, percebemos que sabemos menos ainda.

 Fonte: Além do Túmulo

 noitesinistra.blogspot.com

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