A oração e a meditação podem não fazer parte da introspecção, mas a introspecção permeia a oração e a meditação. A introspecção é parte natural do ser humano.
Enquanto na meditação tenta-se esvaziar a mente em busca do “eu” observador, na introspecção observo cada pensamento em mim presente e, por vezes, de forma intuitiva, fluem novos pensamentos. Quanto mais introspectivo, menos me preocupa a postura física, e a respiração ocorre de forma natural e tranqüila, independente de minha percepção. Minha atenção fica centrada apenas nos pensamentos fluindo. A organização das ideias é posterior à introspecção, é na análise da introspecção que organizo as atitudes mentais.
Nossa ideia não é desmotivar a prática da oração ou da meditação. Gostaríamos de dizer àqueles que optaram por estes caminhos que intensifiquem a prática porque, às vezes, a falta de uma resposta mais objetiva deve-se ao fato de não fazermos disto uma disciplina constante, como temos para a alimentação ou a higiene pessoal. Cuidamos bem do corpo e à mente muitas vezes dirigimos somente as sobras.
Acreditamos que a oração e a meditação podem levar você a um conhecimento maior sobre si mesmo e seus reais potenciais. Mas nossa experiência nos mostra que na maioria das vezes a introspecção pode ser um caminho benéfico no que diz respeito à superação humana. Nossa sugestão é que não pare com aquilo que está praticando. Acrescente às soluções já encontradas uma opção a mais, a introspecção, que assim como a respiração já é parte de você e, se possível, faça da introspecção uma prática disciplinada e consciente.
Trechos extraídos do Livro "Sociedade do Pensamento Livre" |